quinta-feira, 18 de dezembro de 2014






A secção dos estragos do progresso técnico & dos Meios para os Ultrapassar apresenta:


DEBATE:
Da ZAD de Larzac (1972) à de Sivens (2014).
Existem obras inúteis em Portugal?
É possível constituir aqui zonas autónomas a defender?

Domingo, dia 21 de Dezembro de 2014, às 17,30h.
Nestes últimos anos proliferam em França as zonas autónomas a defender (zad). Notre-dame-des-Landes, Vale de Suza, Mil Vaches, Sivens,... . Zonas a defender de obras inúteis e destrutivas.
E em Portugal, existem obras inúteis, zonas autónomas a defender?
Vem participar neste debate!
Às 15horas vamos exibir o filme "Todos a Larzac", infelizmente, sem legendas em português, portanto, não compreensível para todos (embora as imagens sejam muito elucidativas), mas, pode permitir aos que entendem a língua francesa ver o documentário de 2011 sobre essa luta que durou uma década, mobilizando contra a construção dum campo militar os agricultores de Larzac e logo a França . Larzac, ponto de partida da luta ecológica iniciada nos anos setenta do século passado, é o modelo das zads actuais. Sem dúvida que os indivíduos,mulheres e homens, que puderem assistir ao filme  ficam um pouco mais habilitados para entender a actual movimentação e participar no debate ás 17,30h.

Jantar vegano às 20h!

Aparece e divulga. 

domingo, 26 de outubro de 2014

Secção estragos na Alimentação e na Medicina & Dos Meios para os Ultrapassar apresenta:
workshop de fabrico de sabonetes artesanais 




A Lama & Sal em parceria com a BOESG apresentam o WORKSHOP DE FABRICO DE SABONETES ARTESANAIS

Fazer um verdadeiro sabonete requer alguns cuidados, tem vários truques e exige paciência. Mas o resultado vale bem a pena!
Sabia que o verdadeiro sabonete é feito a partir de gorduras? Neste workshop vamos explicar o que é um verdadeiro sabonete feito a partir da saponificação de gorduras.

Neste workshop de cerca de 4h00, os participantes vão aprender:
• Noções básicas de saponificação de gorduras e os respetivos índices
• Quais as gorduras mais indicadas para usar nos sabonetes
• Coloração de sabonetes
• Aromatização de sabonetes
• Formas e outros utensílios
• Como curar os sabonetes
• Como embrulhar os sabonetes
• Elaboração e produção de um Sabonete natural (aproximadamente 200gr)

O Workshop será dividido em dois momentos distintos: o 1º dedicado à partilha, aprendizagem e observação, e o 2º onde cada participante terá a oportunidade de fazer o seu próprio sabonete natural!
A formação estará a cargo da formadora credenciada Andreia Alves (Lama & Sal – www.facebook.com/lamaesal) , e decorrerá nas instalações da BOESG (boesg.blogspot.pt)

Inscrições e mais informações (ATÉ 31de Outubro) através de:
916606816 – E-mail: mudsecrets@gmail.com

Data: 1 de Novembro 2014
Horário: 14h30 – 18h30
Local: BOESG - Rua das Janelas Verdes, n.° 13, 1°esq. – Santos – Lisboa

Valor do Workshop - 35 sabonetes (inclui material) / participante (participação confirmada mediante adiantamento de 50% do valor do workshop)
Material cedido pelo Workshop - todas as matérias-primas necessárias à elaboração dos sabonetes, óculos de proteção, luvas e restantes utensílios (tacho inox, balança, copos de medida, termómetros) e manual em suporte digital
N.º máximo de participantes: 12 a 15 px
N.º mínimo de participantes: 5 px
PUBLICAÇÕES

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A secção dos estragos da economia & dos meios para os ultrapassar apresenta:







     A crise económica iniciada no início de 2008 e as políticas
     posteriormente implementadas têm tido importantes repercussões negativas na
     vida das populações do sul da Europa, bem como no Estado espanhol. 

     A crise económica transformou-se numa crise social e
     política e está a gerar importantes resistências
     populares a nível sindical, social e político. 

     Na próxima quinta-feira, dia 16 de Outubro, às 21h00, estará na BOESG o Lluís Rodríguez Algans,
     economista e membro do ICEA (Instituto de Ciencias Económicas y de la Autogestión)
     para nos falar sobre estes e outros assuntos, tendo como referência a situação no Estado espanhol.

     Antes da conversa, haverá jantar a partir das
     20h00!
  

segunda-feira, 22 de setembro de 2014





Mostra de Edições Subversivas
Dias 26, 27 e 28 de Setembro
na BOESG
Rua das Janelas Verdes nº 13 1º Esq. - Santos - Lisboa

     Na realidade em que vivemos, poucos são os espaços não virtuais de confluência criados para o debate e exposição de ideias críticas dos vários processos de dominação e exploração em que nos vemos enredados. A criação desses espaços é de vital importância na construção de um discurso que ataque esses mesmos processos, gerando uma cumplicidade prática entre os diversos indivíduos que constituem a base dessa crítica. É nesse sentido que criamos este espaço de debate e de mostra de edições subversivas, para que continuemos a fazer da palavra uma arma que ataque tudo aquilo que repudiamos nesta sociedade e para a construção de alternativas que nos libertem das relações de dominação nela prevalecentes. Durante três dias haverá espaço para a apresentação de livros, revistas, jornais, fanzines, música e vídeo, ponto de partida para o debate de ideias e práticas que contribuam para a subversão dessa mesma realidade em que vivemos.


Programação

26 de Setembro

16h Abertura.

18h Apresentação do livro "El 1000 y la OLLA. Agitación armada, formación teórica y movimiento obrero en la España salvaje", com a presença do seu co-autor Ricard Vargas, ex-membro do MIL e da OLLA.

     A finais dos anos sessenta e princípios dos setenta, na Catalunha como noutros pontos da Europa e do Mundo, assiste-se à intensificação da luta de classes, acompanhada pela radicalização do movimento operário que adquire, ali, um cariz autónomo, anti-autoritário, anti-capitalista e assembleário.
     É neste contexto que surge primeiro o MIL (Movimiento Ibérico de Liberación) e depois a OLLA (Organizació de Lluita Armada), siglas não auto-designadas de grupos autónomos que têm por objectivo apoiar e radicalizar as lutas operárias, como reacção ao controlo por parte do Partido Comunista (PSUC) dentro das Comisiones Obreras (CCOO?).
     Os membros destes grupos autónomos estavam envolvidos nas lutas operárias de Barcelona, outros no Sindicato Democrático de Estudantes, nenhum deles tinha combatido na Guerra Civil, mas estavam influenciados pelas colectivizações da Catalunha e Aragão dos anos 1936 e 37 e pela resistência da guerrilha anarquista, que tinha lutado no interior do país contra o franquismo até 1963 (ano em que foi morto o último guerrilheiro), de quem viriam a ser utilizadas algumas das armas.
     Às influências do anarquismo e do marxismo heterodoxo conselhista juntavam a do situacionismo. Numa época em que proliferavam as greves selvagens e fervilhava a luta armada, mantinham relações com os grupos e lutas mais radicais da Europa. Actuavam a partir de dois centros: Barcelona e Toulouse, no sul de França, e, desde o início, tiveram a preocupação de desenvolver como componente básica a produção teórica e a divulgação nas fábricas de textos de diversas origens desconhecidos até então em Espanha, dedicando a esta “biblioteca”, como eles próprios designam esta frente, uma parte substancial do dinheiro expropriado nos assaltos a bancos, destinando outra às caixas de resistência, aos fundos de greve e ao apoio a operários despedidos nos conflitos laborais.
     Desarticulado o MIL em Setembro de 1973 (curiosamente em congresso realizado no mês anterior tinha-se auto-dissolvido como organização politico-militar, podendo ler-se neste livro as “conclusões definitivas”), na sequência da acção repressiva de que resultaria a prisão de vários membros, entre os quais Salvador Puig Antich, o último a quem Franco condenou à execução pelo garrote vil, diversos grupos autónomos continuaram a luta revolucionária que tinham iniciado já em 1972, através de expropriações, sabotagens e ataques às forças repressivas e do capital, que se prolongariam até ao início dos anos 80, já depois da transição que se seguiu à morte de Franco.
     O livro inclui uma extensa cronologia (1967-1976) sobre o movimento autónomo catalão, MIL e OLLA. O texto principal, da autoria de Ricard de Vargas-Golarons, é a transcrição de uma conferência sobre o MIL e a OLLA realizada em Madrid em 2010 numas jornadas sobre autonomia operária. Além deste, o livro contém dois artigos sobre o MIL do mesmo autor, publicados na imprensa catalã. Inclui ainda dois artigos inéditos, escritos na prisão pelo membro do MIL, Oriol Solé Sugranyes, assassinado em 1976 pela Guardia Civil na sequência da fuga de Segóvia, e um texto de Jean Barrot, “Violencia y Solidariedad Revolucionarias”, de 1974.

Klinamen, Madrid, 2014

20h Jantar.

21h30m Apresentação do livro "Manual de Resistência Civil" de Pedro Bravo, com a presença do autor.

     O direito de resistência e a desobediência civil. Se o direito de resistência se enquadra no espírito jurídico da Ordem vigente, a desobediência civil procura a disrupção da Ordem deste mundo, uma transformação real da vida em sociedade. Como se chega a desobedecer?

Letra Livre, Lisboa, 2014

27 de Setembro

13h Abertura.

14h Apresentação do livro "A Arte de Viver para a Nova Geração", de Raoul Vaneigem, com a presença do editor.

     Livro de referência de Raoul Vaneigem, que serviu de alimento teórico para o momento revolucionário mais significativo do século XX, o Maio de 68, tornando-se uma obra marcante dos anos 60.
     Num estilo poético e intempestivo, Vaneigem denuncia os sortilégios da sociedade de consumo, proclama a necessidade de inverter a ordem social dominante e incentiva as novas gerações a viverem em função do desejo e do prazer.

Letra Livre, Lisboa, 2014

16h Apresentação da revista anarquista "Abordaxe", com a presença dos editores.

     "Abordaxe" surge da iniciativa de várias individualidades anarquistas galegas que, depois de uma assembleia e de vários meses de concretização de objectivos cúmplices, decidiram criar uma rede de comunicação escrita, que deu lugar ao nascimento de uma revista em formato papel como meio de expressão. Com quatro números já editados, continuamos a ter em conta a edição de novos números, tentando implicar mais gente afim aos seus conteúdos. No último número contamos com a colaboração de companheiros e companheiras, mesmo de outros lugares, como Pedro García Olivo, Miquel Amorós ou Alfredo Bonanno, aproveitando a sua passagem pela Galiza devido às Jornadas Anarquistas que celebramos desde há anos na Galiza enquanto
individualidades anarquistas.

18h Apresentação da revista de pensamento crítico "Cul de Sac", com a presença dos editores.

     A revista de pensamento crítico "Cul de Sac" revê-se na crítica radical ao processo de modernização capitalista, à industrialização da existência e às formas culturais nascidas desta “Era da submissão”. Partindo de diversas análises sobre o papel do Estado e da Técnica neste processo (como os realizados por Jacques Ellul, Lewis Mumford, Ted Kaczynski, Encyclopedie des Nuisances ou pelo boletim de crítica anti-industrial Los amigos de Ludd), Cul de Sac recolhe o testemunho de publicações como Resquicios, que fizeram a difusão da crítica ao desenvolvimento industrial no estado espanhol e no seio de algumas mobilizações em defesa do território.
     A crítica que tentamos desenvolver não cede ante as palavras de ordem que clamam por uma melhor partilha da riqueza produzida, questionando essa mesma riqueza e lembrando que os limites externos que o crescimento económico tentou ignorar apresentam-se a cada dia que passa sob novas formas de opressão social e de técnicas destrutivas de exploração do meio natural.
     Por isso, a nossa linha editorial enfrenta tanto os defensores do crescimento económico e do liberalismo selvagem, como qualquer forma de social-democracia ou “socialismo do séc. XXI” que, nos aspectos essenciais do industrialismo, partilham a mesma visão e os mesmo valores.
     Revemo-nos naquela parte do movimento anarquista histórico que reivindicou uma transformação radical dos modos de vida, equilibrados com o meio natural, de base fundamentalmente agrária, mas enraizados no espírito da ilustração e do livre-pensamento, cuja base orgânica era o município livre.
     Antecipando o posterior debate, sustentaremos que uma resposta anarquista ao estado de coisas actual deveria assumir a impossibilidade de reformar a sociedade industrial, e que o único caminho coerente que o movimento libertário tem é minar as bases do mundo desenvolvido através da defesa do território e da deserção activa dos movimentos e lutas que têm a pretensão de melhorar as condições de vida para tornar mais suportável a opressão, sem tentar destruí-la.
     Na apresentação serão resumidas as teses principais dos três monográficos da Cul de Sac que apareceram até hoje:
Nº 1. Apontamentos para uma crítica do progresso.
Nº 2. Internet e novas tecnologias, o culminar da desapropriação?
Nºs 3/ 4. Pós-modernidade: da crítica à impostura.

20h Jantar.

21h30m Exibição do documentário "C.R.E.A. - Colectif pour la Requisition, l' Entraide et l'Autogestion" de João Garrinhas e Susana Costa, seguida de conversa com os realizadores.

     Em Toulouse, França, o Colectif pour la Requisition l'Entraide et l'Autogestion -  C.R.E.A. -, luta pela ocupação de espaços vazios para alojar quem precisa e para dinamizar actividades. Este movimento social autogerido, formado por uma aliança de anarquistas, activistas, trabalhadores sociais e imigrantes, responde sobretudo às necessidades de alojamento de famílias de imigrantes ilegais com crianças, sob a campanha 'zero crianças na rua`. Em Março de 2012, o Município de Toulose ordena o despejo de 40 habitantes do Centro Social ocupado, ao qual se segue a resistência, o tribunal e a expulsão. Passámos por lá e registámos para partilhar.
     O C.R.E.A. continuou a ocupar edifícios e a experimentar novas formas de organização, alternativas ao Estado e às políticas de persistência da miséria.

Língua: Francês e Castelhano
Legendas: Português
Duração: 18 min.
Ano: 2014
Produção: Outros ângulos

28 de Setembro

13h Abertura.

14h Apresentação da brochura "Um espaço indefensável: O ordenamento urbano em tempos securitários" de Jean-Pierre Garnier, com a presença dos seus tradutores e editores.

     A globalização do capitalismo tem por efeito fragilizar, pauperizar e marginalizar largas franjas das classes populares. Face às «desordens locais» que daqui resultam – violência, falta de civismo e insegurança –, os poderes públicos põem a funcionar dispositivos de «pacificação» nos quais o urbanismo e a arquitectura são chamados a contribuir.
     Está a ser posta em prática uma política urbana que implica a remodelação física do espaço com o objectivo mais ou menos explícito de defesa social contra um novo inimigo interno – não mais o «subversivo» que queria, como no passado, derrubar a ordem social, ainda que o militante contra a globalização neocapitalista também seja classificado como tal se infringir a lei, mas o «mau pobre», aquele que, de uma maneira ou de outra, vem perturbar a ordem pública, nem que seja pela sua simples presença, como no caso de mendigos ou sem abrigo.
     Assim sendo, a reconfiguração do espaço público deve, ao mesmo tempo, dissuadir o novo «inimigo interno» de passar à acção e facilitar a repressão, confirmando também a ligação entre urbanismo e a manutenção da ordem social.

BOESG, Lisboa, 2014

16h Apresentação do livro "Desesperar" de Pedro García Olivo, com a presença do autor.

Margem, fuga e insubmissão

     Desesperar, ensaio livre, constitui uma alegação contra a Modernidade ocidental. Descreve o mundo rural-marginal através das palavras e das acções de Basilio, pastor antigo; e, como num jogo de espelhos, reflecte a “mentira interior” da nossa Civilização. Olha para a margem, preconiza a fuga e alenta a insubmissão.
     Late na ruralidade marginal uma Diferença que nos questiona (apontando para o absurdo de um racionalismo desalmado, ébrio de abstracções homicidas e de universalismos sangrentos; de um produtivismo suicida, disposto a dar a machadada final à Biosfera; de uma estatização devoradora de toda a autonomia individual e de toda a organização comunitária; de uma ideologização descomunal que povoa de auto-enganos justificadores e de fundamentalismos etnocidas tanto o nosso coração como o nosso cérebro; de essa forma de Única Subjectividade planetária que homologa o homem do Capitalismo tardio sob o rótulo da in-distinção depreciativa e da docilidade auto-repressiva,...)
     De uma diferença ameaçada, talvez em vias de extinção, o mundo rural-marginal não se deixa apreender pela nossa Razão esfarrapada e escapa às capacidades “modernas” (ilustradas, urbanas, caligráfico-tipográficas) de análise e de exposição. Por isso, aproximamo-nos das aldeias de montanha recônditas, dos pastores tradicionais que as habitam, com os modos de uma literatura consciente dos seus limites, desde uma perspectiva “poética” - num amplo sentido.
     Desesperar foi forjado na serra, acompanhando um rebanho de cabras, na paz dos antigos pastores, mas como um artifício de combate: contra as sociedades democráticas ocidentais e contra os homens que nela se consomem (abominadores da margem, ineptos para a fuga, submissos até à loucura), lança a funda de uma terrível acusação.

Textos Subterrâneos, Almada, 2014

18h Apresentação do livro "Deus tem caspa" de Júlio Henriques, com a presença do autor.

     O néon-realismo, óbvia alucinação, reclama um curto-circuito, destinado a romper com as coisas do decoro. Uma delas, central, é o realismo. O realismo faz parte da cartilha automática pela qual os indivíduos devem aprender, desde crianças, a respeitar os pilares do poder: Estado, Economia, Deus Dinheiro. Na sequência desse douto aprendizado, a que a família e a escola dão início, os poderes que submetem os humanos transfiguram-se, por artes mágicas, de farsa sanguinária em sacralizações.
     Daí não ser realista querer acabar com a alienação do trabalho, com a escola obrigatória, com os governos, com os bancos seus parentes, com as múltiplas formas da prostituição, da intelectual à sexual, com os feixes de infâmias. Daí não ser realista querer fomentar relações assentes no apoio mútuo, na rejeição do despotismo pós-moderno, na autonomia comunitária das pessoas, na livre criação.
     A alucinação, para desintegrar os fundamentos de um mundo alicerçado na impostura e no massacre, é higiene mental. Porque da mente – do ponto de vista – tudo vai depender.

Antigona, Lisboa, 2014.

20h Jantar

21h30m Exibição do documentário "Revolução Industrial" de Tiago Hespanha e Frederico Lobo, seguida de conversa com os realizadores.

     O Vale do Ave é, desde há mais de um século, um território tomado pela imposição da indústria. Entre ruínas e fábricas em funcionamento, desce-se o rio numa viagem pelas margens do presente, desenterrando as marcas do passado.

Língua: Português
Duração: 72 min.
Ano: 2014
Produção: Terratreme filmes

No decorrer da Mostra de Edições Subversivas irão estar presentes várias distribuidoras e editoras de material subversivo.

www.mostradedicoesubversivas.tk
mostradedicoesubversivas@riseup.net 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014




 A secção dos estragos da técnica da BOESG apresenta:

 "NO GAZARAN!"(Doc:90m)

França, 2011: após uma série de negócios escuros, o governo emite licenças
para a exploração de gás de xisto. No país eclode uma vaga de protestos que
agitam toda a europa. A força da contestação faz recuar a indústria do
petróleo.

A França torna-se o primeiro país a banir a fracturação hidráulica.
Uma luta de poderes instala-se enquanto a indústria retalia.


nota: legendas em inglês 
 

sábado, 14 de junho de 2014





 
A secção dos estragos da civilização & os meios para os ultrapassar apresenta
o documentário *The Amazon code*, sendo o ponto de partida do Ciclo docboesg.
  Uma língua que pode ser falada, murmurada ou assobiada? Uma língua sem
palavras para cores, números, passado ou futuro? O professor linguista
Daniel Everett afirma que a linguagem do povo Piraha da Amazónia é
exactamente assim. Há mais de 30 anos, ele viajou como missionário para a
floresta da Amazónia com o intuito de converter a tribo, mas acabou sendo
ele próprio o convertido. A sua forma de vida e a sua forma única de
comunicação mudaram profundamente Everett e inspiraram uma nova vertente
teórica que pode abalar as actuais teorias de linguistas como Noam Chomsky.
​

-- 
BOESG | Rua das Janelas Verdes
n.º 13, 1.º esq. (Santos) Lisboa
http://boesg.blogspot.pt/
boesgbiblioteca@gmail.com

sábado, 31 de maio de 2014


Celebração do bicentenário do nascimento de Mikhail Bakunine. 29 de Maio








Considerado um dos pais fundadores do anarquismo, Mikhail Bakunine (1814 – 1876) foi um revolucionário que conjugou sempre a faculdade de pensar à necessidade de acção.
Envolvido em praticamente todas as revoltas populares do seu tempo, o “perfume da pólvora 
e das barricadas” acompanhou-o ao longo da vida.
Como teórico, os seus escritos tornaram-se uma referência na luta contra o Estado, o Capital
e a Religião.
A BOESG junta-se às inúmeras celebrações que irão ocorrer ao longo de 2014 – ano do bicentenário – com um evento no dia do seu nascimento. Conversa à volta da sua vida, leituras de algumas passagens dos seus textos, petiscos e licores vários, envolvidos em música.
Aparece e divulga!

terça-feira, 20 de maio de 2014





Livro do mês - "A contínua atracção do nacionalismo." de Fredy Perlman

A crise económica do final da década passada libertou, mais uma vez, o espectro do nacionalismo.
Ele reapareceu em força em vários países europeus através de representantes e movimentos 
políticos de várias tendências que prometiam lutar contra os efeitos da liberalização dos mercados.
O nacionalismo aparece sempre como arma de unidade identitária e é sob a sombra de uma 
bandeira nacional que as pessoas se tendem a unir numa causa comum. Esse fenómeno foi 
descrito por Fredy Perlman em “A contínua atracção do nacionalismo”, fazendo uma análise 
histórica sobre como o nacionalismo, sob falsos pretextos identitários e promessas revolucionárias, 
foi sempre um motor histórico do capitalismo, trazendo às costas uma enorme bagagem de atrocidades. 
E é partir dele que pretendemos gerar um debate crítico sobre o nacionalismo.

segunda-feira, 21 de abril de 2014



Portugal: a revolução impossível

“Personagens e acontecimentos empurram-se literalmente uns aos outros para fora das páginas. As imagens ficam, desordenadas, como um arrebol. A intoxicação e a euforia das primeiras semanas. A política na primeira pessoa. As multidões nas ruas. Civis escalando tanques e carros blindados. A atmosfera dos grandes dias: o 1º de Maio e o 28 de Setembro de 1974; o 11 de Março de 1975. Greves e ocupações. As declarações de pessoas em luta amarga na sua ansiedade pelas coisas fundamentais pareciam um eco do trovão do Manifesto Comunista. Os estivadores de Lisboa falando de uma “total remodelação da sociedade”, de uma luta que teria de ser travada “fora dos sindicatos”, dado o total envolvimento desses organismos nas iniquidades do anterior regime. A poesia pura de alguns documentos de trabalhadores agrícolas perguntando o que vai acontecer “agora que acabou o tempo da sementeira e as azeitonas foram apanhadas”. As comissões de rendeiros. A luta não recuperável dos que estão mesmo fundo da escala social, os moradores dos bairros de lata, em nome dos quais ninguém teve a audácia de proclamar que falava. Motoristas de táxis querendo que o Instituto de Reorganização Agrária ocupasse os táxis que conduziam. A Revolução criando os seus próprios precedentes surrealistas. O Segundo Congresso dos Conselhos, no Instituto Superior Técnico de Lisboa, encerrando com os leninistas modernos a sonhar com Smolny e Putilov, por entre o equipamento da televisão moderna. Turistas revolucionários e os seus problemas. Militares convidando civis para o Quartel do RASP para uma semana de festa, canções e orgia… de discussões políticas. As aparentemente intermináveis dores de parto que só deram origem a um nado-morto. 

Algumas lições se podem tirar da experiência portuguesa , lições que ultrapassam fronteiras de Portugal. A principal, creio eu, é que nas futuras revoltas os revolucionários tradicionais demonstrarão fazer “parte do problema e não parte da solução”.

É o risco de sublevações radicais genuínas serem desviadas para vias de capitalismo de estado. É o perigo de que qualquer nova criação (no domínio das ideias, relações ou instituições) seja imediatamente agarrada, penetrada, colonizada, manipulada – e finalmente deformada – por hordas de “revolucionários  profissionais” sedentos de poder, parteiras do capitalismo de estado e muito mais perigosos porque envoltos na bandeira vermelha.

Porque é que o processo revolucionário não se desenvolveu mais Portugal? Surge uma importante revolução social quando um grande número de pessoas procura uma modificação total das condições da sua existência.
Grandes pressões se tinham formado dentro de Portugal salazarista. Mas os objectivos dessas oposições à velha sociedade eram díspares."

terça-feira, 15 de abril de 2014

 
 
 Caros companheiros,


A BOESG (Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral) é uma
antiga biblioteca operária fundada no dia 1 de Janeiro de 1947, localizada
na Rua das Janelas Verdes em Lisboa desde 1960. Com o passar dos anos, a
BOESG foi acumulando um acervo riquíssimo de cerca de 6 mil livros, quer na
área da literatura, quer em muitas outras áreas do saber.


Actualmente, a BOESG assume um novo projecto, como Biblioteca Observatório
dos Estragos da Sociedade Globalizada, mantendo o incentivo à leitura e ao
conhecimento que a caracterizava, mas juntando a observação e a acção sobre
a alienação política, económica e técnica. Organizado o acervo por secções,
com o propósito de o catalogar e estudar, procura-se sempre uma ligação
entre as secções e os referidos objectivos, através da obtenção de livros
novos, debates e conversas à volta de um tema ou de um livro, lançamento ou
mesmo edição de livros ou brochuras, realização de oficinas, ciclos de
cinema, feiras, etc.


Mas todo este trabalho poderá ser posto em causa. Os estragos da nova lei
do arrendamento chegaram à BOESG. A biblioteca recebeu uma notificação do
Ministério da Justiça informando que, ao abrigo do novo regime de
arrendamento, o senhorio reivindica o aumento da renda da BOESG dos actuais
81 euros para 706,61 euros. Como é evidente, trata-se de um aumento brutal
que inviabiliza a continuação das actividades da biblioteca. Já estamos em
contacto com um advogado para definirmos como deveremos proceder e estamos
a recolher informação de várias origens para melhor podermos decidir o que
fazer. Contudo, uma coisa é certa: qualquer recurso judicial acarreta
custos avultados.


Como é que os vários espaços, colectivos, pessoas nos podem ajudar? De
várias maneiras: dando informação de situações deste género com outras
colectividades e enviando-a para o e-mail da Biblioteca (
boesgbiblioteca@gmail.com <http://www.blogger.com/>), seja divulgando ao
máximo a nossa situação, dentro e fora do estado português, e apelando à
ajuda financeira para despesas judiciais, seja, finalmente, com a
realização de jantares benefit a favor da BOESG.


A união das pessoas e colectivos que estão, ou podem vir a estar em risco,
pode ser a única resposta eficaz, numa luta que é principalmente contra a
lógica do capitalismo: o lucro dos proprietários está acima de tudo e é
mais importante do que os direitos básicos das famílias, do que o acesso a
espaços de convívio ou do que a existência de cultura. Acreditamos que,
com a mobilização de todos, seremos capazes de vencer esta luta pela
manutenção de um espaço com os objectivos e propósitos da BOESG.

Obrigado!

-- 
BOESG | Rua das Janelas Verdes
n.º 13, 1.º esq. (Santos) Lisboa
http://boesg.blogspot.pt/
boesgbiblioteca@gmail.com
--- 

quinta-feira, 27 de março de 2014




Repressão e resistência. Reabilitação urbana, ocupações e o movimento anti-racista na cidade de Hamburgo.

 Hamburgo é uma das cidades mais ricas da Alemanha. Mas Hamburgo também é uma das cidades que mais sofre crescentes tensões sociais e frequentes ataques às classes mais desfavorecidas economicamente.
 Actualmente, agravam-se vários conflictos, todos eles relacionados com a questão do direito à cidade em contradição ao desenvolvimento capitalista de cidade e com a política xenófoba do regime europeu de migração.
 Estes conflictos são: 
 1) A situação legal do Rote Flora (http://florableibt.blogsport.de/english/), um dos centros culturais autónomos mais antigos da Europa e ainda hoje em estado de ocupação.
 2) O acelerado processo de gentrificação (ou enobrecimento) de toda a cidade, processo que levou à expulsão de uma grande fatia da população pobre dos antigos bairros operários no centro da cidade, como St. Pauli, (onde se situa o Rote Flora), mas também a Reeperbahn (zona de bares, discotecas e da prostituição legal).
 3) A miséria de um grupo de imigrantes africanos (à semelhança de milhões que lidam com este regime em toda a Europa) que, vindo da Líbia, chegaram à união europeia (UE), passando pela ilha Lampedusa. (http://www.lampedusa-in-hamburg.tk/)
Public declaration march 2014: http://lampedusa-hamburg.info/en/
http://wiki.rechtaufstadt.net/index.php/Introduction_to_Recht_auf_Stadt_Hamburg

   Vamos discutir as experiências diferentes em Portugal e na Alemanha a analisar o que se pode aprender uns dos outros e como ganhar força (ou não) para um movimento anti-capitalista.
Debate e conversa com dois activistas de Hamburgo.


segunda-feira, 10 de março de 2014

ORGANIZAÇÃO CAPITALISTA DA CIDADE: Políticas de Revitalização do Centro de Lisboa versus Resiliência Social e Organização Comunitária no Centro e Periferia Urbanos.
As chamadas "Políticas Públicas de Revitalização Urbana" tornam-se cada vez mais visíveis em toda a cidade, de bairro para bairro, de quarteirão para quarteirão, de rua para rua... O argumento central – o de "revitalização" –  anunciado de antemão na própria nomeação destas políticas, é carregado de preconceito. O termo é sinónimo de "revivificar" o que significa "dar nova vida a", "tornar vital" ou “restituir a vida”, pressupondo que a existente não serve ou que algo está morto.No enquadramento capitalista uma cidade "viva" é aquela que (se) vende.
Adjacentes, são os argumentos de "inclusão social" e de "cidadania activa" propagandeados em campanhas políticas lançadas com slogans, tais como "Juntos fazemos Lisboa" ou "Obra a Obra, Lisboa melhora" – A questão é: Juntos, quem? Melhora em quê e para quê/ para quem? Que "social" é esse de que aqui se fala?
Lisboa melhora para o rico, para o turista e para o grande investidor. Torna-se elitista, sobe no "ranking" de competição global das cidades mais visitadas do mundo e ajusta-se na conjuntura do marketing internacional: por um lado, tornando-se um dos principais atractivos do mercado habitacional de luxo, por outro, um grande potencial de investimento hoteleiro e turístico.

Face aos actuais desafios que o contexto imposto pelo capital premeia, no qual o acto de fazer cidade é cada vez mais afastado daqueles que nela habitam, novas formas de pensar e exercer o direito à cidade ocupam lugar..

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014


"Nietzsche vê o anarquismo como estando envenenado na sua raíz pela pestífera erva daninha do ressentimento - a rancorosa política dos fracos e miseráveis, a moral do escravo." A partir deste enunciado, Saul Newman tenta demonstrar, com base no pensamento desenvolvimento em A Genealogia da Moral por Nietzsche, como o anarquismo está impregnado por um dualismo maniqueísta que gera uma identidade e cria valores determinado por uma oposição essencialista. Neste mês,  vamos ter por base este texto de Saul Newman, teórico do pós-anarquismo, que tenta ultrapassar essa lógica binária comum dentro do pensamento anarquista, gerando novas potencialidades não cristalizadas dentro de uma identidade política radical em que o anarquismo tende a ser encerrado.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Luta de Agulhas na BOESG
Dias 29 Janeiro, 12 e 26 de Fevereiro
das 14h às 19h