segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

1º Aniversário da Biblioteca


16, 17 e 18 Dezembro 2011

A Biblioteca e Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada
e dos meios para a superar apresenta:

feira de livros em permanência, biblioteca para consultas e leituras, tesoureiro disponível para receber cotas em atraso e novas propostas de sócio, bar com vista para o tejo, jogos de tabuleiro, discussões, filmes, performances e uarquechopes

sexta, 16 Dezembro
21h > Relançamento da publicação “A céu aberto – decidindo os nossos próprios passos”

sábado, 17 Dezembro*
17h > Discussão "Traição pela Técnica", com apresentação de um filme com o mesmo nome, em que Jacques Ellul fala do significado da Técnica e as suas implicações na organização social e na vida em geral.
20h > Jantar barato e saboroso para angariação de fundos

domingo, 18 Dezembro
18h > Para uma multiplicidade de frentes de ofensiva: 
  • os coitos da conversa serão a apresentação prévia, 
  • contituição da coito/brigada do vexame, 
  • criação da lista de gente fina a insultar e de insultos a proferir. 
  • Modus Operandi.
Um convite dos compinchas do shotnabroa

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

*Traição pela Técnica

17 Dezembro 2011

17h > Discussão "Traição pela Técnica", com apresentação de um filme com o mesmo nome, em que Jacques Ellul fala do significado da Técnica e as suas implicações na organização social e na vida em geral.

Filme:
A traição pela Técnica - Um Retrato de Jacques Ellul


Ano: 1994 Duração: 50 min.
Francês, legendado em português

 
Pequena biografia de Jacques Ellul
Jacques Ellul nasce de família pobre em Bordéus, em 1912, e morre em 1994 em Pessac, não muito longe do campus universitário onde ensinou quase toda a sua vida. Acompanhou e apoiou a revolução e a guerra civil de Espanha (1936/39). Participou na resistência ao nazismo.

Depois da libertação, numa França ocupada intelectualmente pelo comunismo e o existencialismo, Ellul, anti-fascista, mas também anti-totalitário, fica deslocado. Ecologista antes do tempo e crítico da ecologia política, envolve-se, juntamente com o seu amigo Charbonneau, em distintos movimentos a favor da Natureza.

Crítico de inspiração libertária da sociedade moderna, escreveu mais de cinquenta livros sobre todas as questões importantes da nossa época, antecipando-se a todas elas. Analisa particularmente a que para ele, e para nós, é a mais importante: a Técnica. Como Marx foi o analista do Capital, Ellul tornou-se no analista da Técnica.

O vídeo que vamos ver é uma entrevista em que Ellul fala do significado da Técnica e as suas implicações na organização social e na vida em geral.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Arrumar a BOESG

1 Dezembro 2011

A BOESG está aberta quinta-feira, 1 de Dezembro, das 15h às 18h. Todos os interessados, em arrumar ou ler livros, são bem vindos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Carta de um companheiro de Juvenal

No dia  4 de Junho, tivemos uma conversa sobre as prisões em portugal, evocando a memória do Juvenal Fernandes que, dentro das prisões, lutou contra a injustiça do sistema prisional, vindo a morrer depois de uma greve de fome, mal acompanhada pelos médicos e carcereiros de serviço. Segue-se uma carta enviada para contribuir para a conversa por um companheiro do Juvenal:

Companheiros
Falar do Juvenal é tão natural como natural foi a nossa vivência. O nosso conhecimento aconteceu na cadeia do Montijo em 1976 e minutos depois de ter entrado na cela o Juvenal pergunta-me; então companheiro vens fazer-nos companhia? É verdade meu amigo, respondi.
E pensas ficar cá muito tempo, re-pergunta o Juvenal. Não, seguramente ainda hoje me vou embora, e você já está aqui há muito tempo? Olha, eu sou o Juvenal e tu como te chamas, foi a resposta e pergunta que tive do meu novo amigo.
Chamo-me Edmundo e não penses que estou a brincar quando te digo que espero ir ainda hoje embora, o juiz com um simples telefonema resolvia o meu assunto mas preferiu resolvê-lo através de telegramas e logo que o tribunal de Faro confirme, que já cumpri a prisão que o juiz do tribunal do Barreiro afirma eu ter por cumprir, abrem-me as portas. E contei-lhe o delito que me levou á prisão.
Quando terminei de contar o crime que me conduziu aquela situação, o Juvenal pronunciou as seguintes palavras: são uns sabujos.
Pois são, respondi, mas podes ter a certeza que se não me abrirem as portas até amanha à noite abro-as eu próprio, é o tempo que têm para resolverem o meu problema.
Enquanto o Juvenal enrolava um cigarro, expliquei-lhe o plano que tinha para fugir que não era outro que o utilizado na fuga da prisão de Faro, que tão bons resultados tinha dado.
O Juvenal disse-me que podia contar com ele e com mais alguém da sua confiança. Claro que conto contigo e com quem quiser alinhar porque a ideia é deixarmos as portas da prisão abertas.
E pronto, quando os guardas fecharam as portas das celas, o Juvenal estava ao corrente do meu plano e eu ao corrente do que tinha ele e os seus amigos para se pirarem.
Chegados aqui, devo dizer aos companheiros que tiveram o privilégio de viver com o Juvenal, que ou acreditávamos ou não acreditávamos, com ele não havia meias medidas.
A primeira noite no presídio do Montijo passou, e se o Juvenal e amigos alinhassem como tinha prometido, seguro que íamos embora quando quiséssemos porque a prisão tinha pouca segurança.
O Juvenal pensava o mesmo, porque após o café reuniu um grupo de companheiros, como ele os tratava, preparados para a fuga, que seria realizada no dia seguinte. O Juvenal era seguido pela sua lealdade, era um condutor de homens.
Eu fui solto nesse dia à noite e o Juvenal pirou-se poucos dias depois do tribunal do Barreiro e aqui terminou a primeira vivência com o companheiro Juvenal. Voltámos a encontrar-nos nove anos depois no presídio do Vale do Judeus e foi assim: eu tinha acabado de ser extraditado de Espanha e após uma semana na penitenciária de Lisboa fui parar à observação do Vale. Ora como recreio dava para as celas da Ala A que funcionava como pavilhão para os castigados, ouvi chamar por mim; oh Montano, precisas de alguma coisa? Sou o Juvenal, lembras-te? Se me lembro, os amigos não se esquecem. Companheiro, corrigiu-me Ele.
Contei-lhe as minhas aventuras e desventuras e o companheiro Juvenal contou-me as dele, e repetiu as primeiras palavras que trocamos no Montijo: Montano, não te esqueças que são uns sabujos.
Vamos lá terminar a conversa ou quer que o recreio termine? Sentenciou o Guarda. Então já não podemos falar com os amigos? Você vai falar lá para dentro, porque o seu recreio terminou. Tens razão companheiro, são uns autênticos porcos.
Senhor Seixas senhor Seixas a coisa começa mal.
Mau, mal começa o caralho. O que é que está a dizer? Pergunta o meu carcereiro. Estou a dizer-lhe que mal começa o caralho, ouviu?
Até amanhã Juvenal, depois conversamos.
Claro que conversamos, se não for aqui é na Ala B que é onde eu estou e tu vais parar, sabes que estamos juntos companheiro. E de facto uns dias mais tarde lá me encontro novamente com o Juvenal na dita Ala, onde posso apertar a mão ao nosso Amigo.
Companheiros, neste preciso momento estou a ver a cara do Juvenal a dizer-me: Montano temos que dar volta a isto, logo quando voltar do trabalho falamos, está bem?
Fico à tua espera Companheiro. E à tarde como prometido o nosso amigo convidou-me a entrar na cela, puxou a porta e entregou-me uma folha de papel escrita, dizendo-me para a meter no bolso e que a lê-se com vagar na minha cela e depois que lhe dissesse o que pensava sobre o assunto.
Como os amigos devem calcular lá estava o Juvenal mais uma vez a reivindicar os nossos direitos e eu pedi-lhe para acrescentarmos outros direitos que pensávamos serem justos e que nos eram devidos. Documento redigido e toca a convidar os colegas para o assinar depois de o lerem.
Aconteceu que ainda a reivindicação não tinha chegado ao destino, já nós estávamos a ser revistados pelos sabujos assim como as nossas celas .
Não encontraram o documento redigido pouco antes, mas eu e o companheiro Juvenal fomos fechados uma semana na cela sem recreio. A coisa não começava mal.
O castigo cumprido e a vida voltou ao normal, eu com uma hora de recreio pela manhã outra pela tarde e o Juvenal a trabalhar na montagem eléctrica dos automóveis na garagem.
Montano, olha se consegues uma consulta em Caxias para breve, temos possibilidades de dar o pinote. Nem eu nem o Juvenal conseguimos a desejada consulta em Caxias, o único que tirou proveito do arranjo que o Juvenal tinha feito na carrinha foi um companheiro catalão, de cujo nome não me recordo. Poucos dias depois do Catalão fugir da carrinha, o Juvenal disse-me que o homem já se encontrava em Barcelona.
A verdade é que a partir do dia em que o espanhol se fugou, a vida do nosso amigo no Vale dos Judeus tornou-se mais complicada. O Juvenal era chamado à atenção por tudo e por nada e quem o conheceu, sabe como ele reagia às provocações. O Juvenal ou fazia greve de fome individual, ou então convocava assembleias gerais que terminavam sempre num fiasco. Muito recluso mas poucos homens para encetar uma coisa séria.
Um belo dia o pessoal recusou-se a ir trabalhar e o Juvenal reuniu-nos para uma palestra na Ala B, para cada um de nós expor a sua ideia, pois o pessoal recusara-se a trabalhar, sem reivindicar fosse o que fosse. Cada qual expôs a sua ideia e eu limitava-me a ouvi-los, pois, por incrível que pareça, ninguém concordava com ninguém. Então Montano não dizes nada? Olha Juvenal, sabes o que dizem na minha terra? Na minha terra dizem que o ferro há que malhá-lo enquanto está quente porque malhá-lo depois de frio é perder o tempo, e se param a greve como muitos de vocês o desejam, podem ter a certeza que no Vale dos Judeus não há mais greve, porque amanhã ou depois de amanhã uns vamos parar a Coimbra, outros para Paços de Ferreira, outros para o Pinheiro da Cruz e assim terminou a famosa greve.
Dias mais tarde, deram um desafio de futebol na televisão e estando o Juvenal a meu lado disse-me: queres ver a que vou montar num abrir e fechar de olhos. Força Juvenal não te esqueças que estamos juntos. O Juvenal dirigiu-se a televisão e desligou-a e em seguida dou uma palestra como só ele o sabia fazer. Não sei se o Juvenal se apercebeu, mas eu fiquei com a ideia que ao desligar a televisão o Juvenal arranjou uma quantidade de inimigos.
Pouco tempos depois destes acontecimentos o Inesquecível Juvenal entrou numa greve de fome e quando o levaram para o hospital de Caxias já se encontrava bastante debilitado. Dias mais tarde tivemos a noticia que o Juvenal tinha falecido.
Paz à sua alma e um abraço do amigo Trasmontano.




Edmundo Calado Seixas
Maio de 2011-06-16

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ciclo de Cinema José Maria Nunes

3 a 5 Junho 2011

Quem é José Maria Nunes?
Cineasta considerado o pai da escola de cinema de Barcelona, nasce em 1930 no Algarve. Aos 12 anos emigra com a família para Espanha e nos anos 50 começa a trabalhar em cinema.
Realiza o seu primeiro filme, Mañana, em 1957, depois de já ter trabalhado em vinte e sete filmes nas mais diversas funções. O seu Cinema é definido como pessoal e intransmissível.
Guerras, êxodos, repressões, torturas, desejos e ânsias de união e separação são os temas mais abordados pelo Realizador.
Ao longo do caminho, José María Nunes, atravessa uma Ditadura e, como muitos outros realizadores, vê a sua criação “presa”. A limitação à liberdade de expressão no meio cinematográfico era muito difícil de contornar. A obrigatoriedade de apresentar previamente o guião, indispensável para que o filme fosse autorizado, dificultava bastante a produção e se, por fim, o filme chegasse a ser realizado a Censura  proibia-o pelo conteúdo, tal aconteceu com Sexperiencias (1969) e outros filmes do realizador.
Para além da realização, José María Nunes, escreve ensaios, guiões e participa como actor em diversos filmes.
Em 2002 é premiado Melhor Realizador com  filme Amigogima, na primeira edição dos Prémios de Barcelona. Os seus filmes são exibidos nas salas de cinema em Barcelona, Palma de Maiorca, Girona, Madrid, canal de televisão espanhola TV2, Centro Pompidou em Paris, festivais na Europa e Brasil, entre outros.
José María Nunes realiza catorze filmes. A sua última obra intitula-se Res publica (2009), filme com um único actor, José María Blanco, em que Nunes afirma:
Cada individuo puede decidir su libertad”.

Ciclo de Cinema

3 Junho

na Da Barbuda - Largo da Severa, nº 8 (Martim Moniz, Lisboa)

4 Junho

na BOESG - Biblioteca dos Estragos - Rua das Janelas Verdes 13 - 1º esq. (Santos, Lisboa)

5 Junho

na BOESG - Biblioteca dos Estragos - Rua das Janelas Verdes 13 - 1º esq. (Santos, Lisboa)


Ciclo organizado por: BOESG

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O telemóvel, gadget de destruição massiva

29 Janeiro 2011
16h

 Lançamento do folheto

"O telemóvel,
gadget de destruição massiva"

e

Jantar vegetariano