quinta-feira, 27 de março de 2014




Repressão e resistência. Reabilitação urbana, ocupações e o movimento anti-racista na cidade de Hamburgo.

 Hamburgo é uma das cidades mais ricas da Alemanha. Mas Hamburgo também é uma das cidades que mais sofre crescentes tensões sociais e frequentes ataques às classes mais desfavorecidas economicamente.
 Actualmente, agravam-se vários conflictos, todos eles relacionados com a questão do direito à cidade em contradição ao desenvolvimento capitalista de cidade e com a política xenófoba do regime europeu de migração.
 Estes conflictos são: 
 1) A situação legal do Rote Flora (http://florableibt.blogsport.de/english/), um dos centros culturais autónomos mais antigos da Europa e ainda hoje em estado de ocupação.
 2) O acelerado processo de gentrificação (ou enobrecimento) de toda a cidade, processo que levou à expulsão de uma grande fatia da população pobre dos antigos bairros operários no centro da cidade, como St. Pauli, (onde se situa o Rote Flora), mas também a Reeperbahn (zona de bares, discotecas e da prostituição legal).
 3) A miséria de um grupo de imigrantes africanos (à semelhança de milhões que lidam com este regime em toda a Europa) que, vindo da Líbia, chegaram à união europeia (UE), passando pela ilha Lampedusa. (http://www.lampedusa-in-hamburg.tk/)
Public declaration march 2014: http://lampedusa-hamburg.info/en/
http://wiki.rechtaufstadt.net/index.php/Introduction_to_Recht_auf_Stadt_Hamburg

   Vamos discutir as experiências diferentes em Portugal e na Alemanha a analisar o que se pode aprender uns dos outros e como ganhar força (ou não) para um movimento anti-capitalista.
Debate e conversa com dois activistas de Hamburgo.


segunda-feira, 10 de março de 2014

ORGANIZAÇÃO CAPITALISTA DA CIDADE: Políticas de Revitalização do Centro de Lisboa versus Resiliência Social e Organização Comunitária no Centro e Periferia Urbanos.
As chamadas "Políticas Públicas de Revitalização Urbana" tornam-se cada vez mais visíveis em toda a cidade, de bairro para bairro, de quarteirão para quarteirão, de rua para rua... O argumento central – o de "revitalização" –  anunciado de antemão na própria nomeação destas políticas, é carregado de preconceito. O termo é sinónimo de "revivificar" o que significa "dar nova vida a", "tornar vital" ou “restituir a vida”, pressupondo que a existente não serve ou que algo está morto.No enquadramento capitalista uma cidade "viva" é aquela que (se) vende.
Adjacentes, são os argumentos de "inclusão social" e de "cidadania activa" propagandeados em campanhas políticas lançadas com slogans, tais como "Juntos fazemos Lisboa" ou "Obra a Obra, Lisboa melhora" – A questão é: Juntos, quem? Melhora em quê e para quê/ para quem? Que "social" é esse de que aqui se fala?
Lisboa melhora para o rico, para o turista e para o grande investidor. Torna-se elitista, sobe no "ranking" de competição global das cidades mais visitadas do mundo e ajusta-se na conjuntura do marketing internacional: por um lado, tornando-se um dos principais atractivos do mercado habitacional de luxo, por outro, um grande potencial de investimento hoteleiro e turístico.

Face aos actuais desafios que o contexto imposto pelo capital premeia, no qual o acto de fazer cidade é cada vez mais afastado daqueles que nela habitam, novas formas de pensar e exercer o direito à cidade ocupam lugar..